Catálogo da BE

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Poema de fim de ano.




Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
- Ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança…
E em torno dela indagará o povo:
- Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…
(Mario Quintana)

                                                                                    (Mario Quintana)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Os melhores livros de 2012 para o Ípsilon

Escolhas de António Rodrigues, Diogo Ramada Curto, Gustavo Rubim, Helena Vasconcelos, Isabel Coutinho, Isabel Lucas, José Riço Direitinho, Luís Miguel Queirós, Maria Conceição Caleiro e Rui Lagartinho

IN: http://www.publico.pt/n1578633

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Conto de Natal de Catarina Furtado "O segredo gigante"


A Mariema tem 6 anos e vive muito longe de mim, com terras e águas e florestas e países a separarem-nos. Mora num país pequeno, que para a Mariema se resume a uma tabanca de palha, a um tapete de ráfia, a muito pó, muitos percursos de terra batida, árvores de troncos finos e grossos, animais que sorriem e outros que se zangam, cheiros de vários sabores, pedrinhas, mangas, mandioca, um mar lindo de imenso, que é tanto, e meninos e meninas descalços com cabelos desgrenhados. A mãe trabalha muito, vai para o campo quando ainda não se fez dia e vem do campo quando já é noite. O pai tem uma cara imaginada pela Mariema. 
Ela salta e pula e suja todos os dias mais um bocadinho o seu vestido azul bebé que está roto e que lhe dá pelos pés. Veio de outra menina, de um outro país que ela imagina ser grande mas não sabe o que mais lá dentro deve ter. Mariema queria vestir uma roupa igual à de algumas  meninas que vê passar, com um caderno debaixo do braço a caminho do saber. Quer ser como elas e aprender a dar as mãos às letras. Chegou à idade de ir para a escola mas ainda ninguém se importou. Gostava de vestir a farda para ser importante e ser importante para a Mariema é ser igual às outras meninas.
Já percebeu que existe um senhor mais velho com quem, daqui a uns tempos, não muitos, irá ficar. Disseram-lhe que era para tomar conta dela mas ouviu falar de casamento e só não sabe se as duas coisas querem dizer o mesmo. Não quer partir com esse senhor de barbas brancas, com costas curvadas e um cajado para não se sabe onde, mas também não quer fugir antes que isso aconteça, porque lhe custa muito deixar a sua tabanca, o seu bocado de terra, que fica sempre enorme de cada vez que inventa histórias e passeia ao colo, a sua boneca Ary. A espreitar do seu vestido azul bebé, apenas se vê um molho de fios castanhos, restos de plantas, que fazem de conta ser os cabelos da Ary. O corpo, não existe, mas também não faz mal, porque a Mariema sabe com são, tal e qual, as pernas, os braços e até a cara expressiva da sua boneca. Ah! E o vestido da Ary é cor-de-rosa e dá-lhe pelos joelhos .
Há pouco tempo e durante uns dias, Mariema teve uma forte dor de cabeça, diarreia,  febre e ouvia vozes. Nessa altura, viu uma luz tão clarinha que pensou que iria voar. Mas não, afinal, uns senhores grandes chegaram à sua tabanca e levaram-na. Fizeram-lhe uma magia qualquer que, no momento em que se preparava para levantar voo, o rosto da sua mãe apareceu-lhe à frente, muito nítido, a sorrir. Estas dores já as tinha sentido antes, duas vezes. Uma senhora velhinha, sábia, que mora na tabanca do lado, e que costuma fazer fogueiras e entoar cânticos estranhos enquanto chora e ri, contou-lhe, um dia, que essas febres com dores de cabeça e de barriga, eram por culpa dos mosquitos e de outras coisas complicadas para gente crescida que agora não lhe podia explicar. Alguns meninos têm umas redes à volta do local onde dormem para se protegerem mas essas redes não chegam a todos. "E chegarão para todos?", perguntou-se Mariema, para dentro de si.
Aliás, falar para dentro de si, é um dos seus passatempos preferidos e fica tão distraída que nem repara quando o sol e a lua trocam de lugar, sem amuarem. Conversa consigo sobre o seu pequeno mundo, muito colorido com as cores das machambas, das frutas, dos vegetais, das especiarias que a mãe usa nos cozinhados que faz à entrada da tabanca, com pauzinhos e lume. Conversa sobre o seu maior segredo que não conta a ninguém, nem mesmo às suas amigas com quem vai apanhar sementes e com quem se perde, de propósito, para sentirem um medo pequenino dentro das barrigas. Perdem-se e voltam a encontrar-se, regressando a casa pelo rasto do caminho que desenharam com uma ripa, na terra, levantando a poeira que cobre os seus pés descalços. Já pensou várias vezes em partilhar o seu segredo com a Rimaly ou a Nonô mas prefere só contar, por enquanto (enquanto o tempo de criança durar), à sua amiga de colo, a Ary. Ela sabe todos os seus segredos, mesmo o gigante que existe desde que se lembra e lembra-se desde que passou a existir. Foi um dia muito especial, o dia em que o segredo gigante entrou na sua pequena vida. Mariema tem medo de que, ao partilhá-lo com as outras pessoas, grandes e pequenas, ele possa fugir-lhe e nunca mais o voltar a ver.
Tem medo de poucas coisas. Que se lembre com força, tem medo de quatro: que o segredo gigante fuja; que a noite escura traga algum desses  homens feios que fazem coisas ainda mais feias, detestáveis, às crianças e mulheres; tem medo de voltar a sentir aquela dor vivida durante o tal ritual que parece normal para todos à sua volta e que dizem existir para o bem de todas as meninas, mas cuja dor foi tão insuportável, que todos os dias é como se a sentisse outra vez, durante uns breves momentos. E tem ainda medo de nunca chegar a aprender a dançar com os números e as letras, e que, por isso, quando for grande, não consiga curar todos os meninos e meninas das dores que os mosquitos provocam (os mosquitos e as outras coisas estranhas de que falava a velhinha sábia ...).
Guarda-o, então, só para si e espera não ser como aquelas pessoas que falam enquanto dormem, porque, como partilha o mesmo tapete de ráfia com a mãe, ela poderá ouvir e contar à aldeia, ao país, ao mundo. E, depois, o que será de Mariema sem o seu segredo gigante?
Só que o dia mais esperado de todos chegou finalmente, o dia em que, muito cedo, de manhãzinha, um grupo de homens e mulheres com ar simpático se aproximou das tabancas ali à volta. Estavam à procura de crianças com idade de irem para a escola. Mariema ouviu a palavra poderosa, que a faz suspirar e saiu a correr do seu cantinho. Disse que sim e que já não era sem tempo! Precisava com urgência de ir para a escola e ser igual a tantas outras meninas e meninos que falam línguas diferentes mas que  já podem mostrar, sem receios, os seus segredos gigantes. Era o que Mariema mais queria.
Decide falar para dentro de si e para a sua boneca Ary, (porque só assim é mas fácil controlar o medo):
"Deverei eu  agora contar o meu segredo?"
Seguiram-se segundos de silêncio muito prolongados, com o coração a bater a grande velocidade como aquela a que circulava o vento que levantava as folhas do chão e que, normalmente, não se fazia sentir assim.
O silêncio foi interrompido abruptamente, porque de forma atabalhoada, as palavras ganharam uma vida só delas, e livres, agruparam-se, saindo da boca da Mariema e fazendo a seguinte revelação: "O meu segredo gigante chama-se Livro, tenho-o desde sempre, porque o sempre é muito e nunca deixei que ninguém o visse. Está escondido debaixo da terra e eu não sei o que lá diz mas sei que me faz acreditar que quando o conseguir ler, irei voar."
Depois disto, passou-se uma vida inteira.
A Mariema estudou e estuda ainda, todos os dias um bocadinho. Anda pelo mundo, a tentar garantir que as crianças de todas as cores possam sentar-se nos bancos de escola de todos os géneros e feitios. 



                                Ler mais: http://visao.sapo.pt/o-segredo-gigante=f703876#ixzz2G6DxhEQH

Linguista brasileiro diz que Acordo Ortográfico já é antigo e defende simplificação - Sociedade - Sol

Linguista brasileiro diz que Acordo Ortográfico já é antigo e defende simplificação - Sociedade - Sol

sábado, 22 de dezembro de 2012

Ebook gratuito: “Fábulas de Esopo” ilustradas.


Em mais uma edição do Ler Ebooks, trazemos uma seleção das melhores fábulas de Esopo, com ilustrações de diferentes artistas do século XV ao início do século XX.
Esopo é um escritor da Grécia Antiga (?séc. VII/VI a. C.), considerado o criador da fábula como género literário. Trasnmitidas por tradição oral ao longo de gerações, as fábulas de Esopo foram reunidas pela primeira vez por Demétrio de Faleros, no início do século III a.C. Desde então conheceram milhares de edições e adaptações, e foram recriadas por outros fabulistas famosos, como La Fontaine.
As 115 fábulas que compõem esta edição resultam da adaptação da obra Fabulas de Esopo, com applicações moraes a cada fabula, nova edição revista e aumentada (1848,  tradução de Manoel Mendes da Vidigueira), e de traduções de edições inglesas do século XIX.


Título: Fábulas de Esopo
Tradução e adaptação: Carlos Pinheiro
N.º de páginas: 218
Formatospdf (9,8 MB); epub (31,4 MB)
                                                                     in http://lerebooks.wordpress.com/2012/12/17/ebook-gratuito-fabulas-de-esopo-ilustradas/

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


Semana da Leitura 2013.


À semelhança dos anos anteriores, entre 11 e 15 de março, a Semana da Leitura 2013 convida as escolas a criarem ambientes festivos em que se celebram a leitura e os livros.
7.ª Edição da Semana da Leitura, centrada no MAR, propõe, a partir de leituras diversas, a abordagem de questões muito diversificadas e transversais relacionadas com esta temática.
No âmbito desta iniciativa, o Plano Nacional de Leitura, em parceria com a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) e com o apoio do Banco Popular, promove o Concurso Eu Escrevo subordinado ao tema«Ler o MAR». Pretende-se, a partir de leituras diversas, premiar trabalhos que cruzem a LEITURA e o MAR nas suas múltiplas dimensões.

O desenvolvimento de atividades realizadas no âmbito da Semana da Leitura poderá beneficiar, entre outras, com as sugestões de atividades propostas no Kit do Mar disponíveis no sítio eletrónico da EMEPC, apresentadas em fichas como “Mergulhar com a Menina do Mar”, “A arte e o mar!” ou “Mar de palavras”.

O Regulamento deste concurso poderá ser consultado no sítio ESCOLAS, do portal do Plano Nacional de Leitura. A inscrição faz-se através do preenchimento de um formulário disponível no SIPNL, a partir do dia 3 de Janeiro de 2013. Lembramos que o prazo para apresentação dos trabalhos terminará no dia 31 de Março.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Aprender com a biblioteca escolar.


Vivemos uma época de profunda mudança, fortemente marcada pela revolução tecnológica e digital e com grande impacto em todos os domínios da vida social, designadamente na educação e na escola.
Para serem bem sucedidos na sua vida pessoal, escolar e profissional, os jovens têm hoje, não só de dominar os saberes convencionais, como um conjunto de novas competências de literacia, cada vez mais complexas e variadas.
A preocupação face a estas exigências, tem determinado a colocação na agenda das instituições educativas, de novos quadros de referência sobre as aprendizagens dos alunos que hoje cabe à escola garantir, sendo de assinalar a integração curricular nestes quadros, de um conjunto de conhecimentos e capacidades transversais, considerados nucleares no nosso tempo.
Na área específica das bibliotecas, estes referenciais têm também sido abundantes e revelado uma grande evolução no seu âmbito e base conceptual, paralela à confluência da informação com as novas tecnologias, média e ambientes digitais e ao peso crescente das bibliotecas nos domínios da leitura e destas literacias.
As bibliotecas escolares são, pelas condições de acolhimento, acesso à informação e possibilidades de aprendizagem que facultam, um recurso privilegiado das escolas para responder a estes desafios.
Foi esta convicção do papel que as bibliotecas podem desempenhar no desenvolvimento da literacia da leitura, dos média e da informação e no uso crítico e criativo das tecnologias, que motivaram a elaboração, pela Rede de Bibliotecas Escolares, de um referencial de aprendizagens associado ao trabalho das bibliotecas escolares.
O documento, intitulado Aprender com a biblioteca escolarsurge na senda dos movimentos de carácter geral referidos e da publicação, em Portugal, das Metas curriculares, para as quais pretende contribuir, através de um conjunto de indicadores, atividades e estratégias de aprendizagem de carácter transversal, essenciais à afirmação de uma cultura de ensino e aprendizagem que vá ao encontro das necessidades dos alunos do século XXI.
O documento constitui-se como um instrumento de trabalho em aberto, estando prevista a sua utilização experimental, em 2012-13, apenas num conjunto limitado de escolas piloto, já selecionadas.
Paralelamente, procede-se à divulgação geral do mesmo, oferecendo a todos a possibilidade de o explorarem de forma voluntária e livre, caso o desejem fazer.
O Referencial e um conjunto de materiais complementares podem ser acedidos através das seguintes ligações ou, diretamente, na área de conteúdos do portal RBE:
- Aprender com a biblioteca escolar [PDF]
- Aprender com a biblioteca escolar: enquadramento e conceção [PDF]
- Aprender com a biblioteca escolar: apresentação [PDF]

                                                                                                                    in: http://www.rbe.min-edu.pt/np4/709.html

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Eugénio de Andrade.


Eugénio de Andrade, visto por Valter Hugo Mãe: http://www.publico.pt/cultura/noticia/eugenio-de-andrade-1576024

Feira de livros usados e/ou em saldo.

No dia 14, na Festa de Natal da Escola Sede, realizar-se-á uma Feira de livros usados e/ou em saldo. Assim, se tiverem livros que já leram e estão arrumados nas estantes, podem fazer a sua entrega na Biblioteca Escolar até ao dia 12 de dezembro. Como vivemos em tempo de crise, a BE receberá uma percentagem de 10% sobre o valor da venda de cada livro. Os interessados em vender os livros devem indicar o valor do mesmo.
Que esta época de crise não se configure num momento de crise de boas leituras! 
                                                                                                                          Imagem retitrado do Google Imagens, em 05/12/12
A BE

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

50 livros que toda a gente deve ler

Meia centena de obras literárias e ensaísticas essenciais, para ler na mítica ilha deserta, escolhidas por Ana Cristina Leonardo, Clara Ferreira Alves, Henrique Monteiro, José Mário Silva, Luísa Mellid-Franco e Pedro Mexia.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/50-livros-que-toda-a-gente-deve-ler=f747892#ixzz2E2IC3ACD


Neste Natal oferece um presente à tua BE.

Mais um Natal que se aproxima... Natal é dádiva, amor, partilha... Viver o Natal só tem sentido na medida em que nos podemos "dar" ao outro, independentemente de raça, credo, sexo... O Natal também se vive na Escola, comunidade que nos acolhe todos os dias e contribui para a nossa formação integral enquanto cidadãos participativos e interventivos.
A Biblioteca Escolar (BE) também é um espaço de partilha de saberes, de momentos de lazer, de amor pelo livro e pela leitura. Assim, neste Natal, oferece um presente à tua BE:

- livros;

- DVD;

- CD;

- jogos;

- (...)

Um bom Natal são os votos da tua BE!

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA - 2012/2013.

Com a intenção de promover a leitura nas escolas de uma forma lúdica, o Plano Nacional de Leitura, em articulação com a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas e com a Rede das Bibliotecas Escolares, promove, no ano letivo de 2012 / 2013, a 7.ª Edição do Concurso Nacional de Leitura.

Para execução fiel dos princípios que tal intenção pretende, dão-se as seguintes indicações úteis:

1.º Leitura atenta do regulamento para melhor conhecimento dos vários procedimentos do concurso.

2.º O acesso ao formulário de inscrição far-se-á inserindo o código PNL (composto pelo nome de utilizador e por uma palavra-passe) atribuído a cada escola.

3.º Todos os campos do formulário devem ser devidamente preenchidos, com os nomes completos dos alunos e do/a docente responsável pela inscrição.

4.º Os dados pedidos pelo PNL para cada fase do concurso, deverão ser registados no formulário, respeitando rigorosamente os prazos estipulados.

5.º Para maior visibilidade do CNL na escola:

 (1). Elaboração, pelos alunos, de um cartaz para divulgação do concurso que deverá ser afixado em diferentes locais da escola.

 (2). Realização de uma cerimónia de entrega de prémios no final da 1ª Fase do CNL.

6.º É importante que o órgão de Direção assuma a relevância pedagógico – didática deste concurso.

7.º O professor coordenador do CNL deverá ter uma estreita colaboração com a Biblioteca Municipal nas provas distritais.

8.º Devem ser consultadas as informações mais atuais, o regulamento e a calendarização das várias fases do concurso, nos sítios PNL, RBE e DGLAB.

9º Toda a comunicação relativa ao CNL deverá ser remetida para o endereço: concursonacionaldeleitura@planonacionaldeleitura.gov.pt

10.º As Escolas poderão recorrer às perguntas frequentes para preenchimento correto do formulário.

Obs: o Blogue do PNL acompanhará também o desenrolar do CNL nas circunstâncias que achar mais adequadas e de acordo com a natureza própria dos seus mecanismos de divulgação.


Consulte o regulamento do CNL 2012/2013.

Consulte a calendarização do Concurso.

 

sábado, 1 de dezembro de 2012

Poema de Manuel Alegre em duas versões.


Poema de Manuel Alegre em duas versões Aqui vos deixo um poema de Manuel Alegre em duas versões, para ler e ouvir, com música de António Portugal e voz de Adriano Correia de Oliveira.  

Canção tão simples

Quem poderá domar os cavalos do vento

quem poderá domar este tropel

do pensamento

à flor da pele?

 

Quem poderá calar a voz do sino triste

que diz por dentro do que não se diz

a fúria em riste

do meu país?

 

Quem poderá proibir estas letras de chuva

que gota a gota escrevem nas vidraças

pátria viúva

a dor que passas?

 

Quem poderá prender os dedos farpas

que dentro da canção fazem das brisas

as armas harpas

que são precisas?

 

Manuel Alegre  


 


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Valter Hugo Mãe é o grande vencedor do Prémio Portugal Telecom 2012.

O romancista Valter Hugo Mãe, o poeta Nuno Ramos e o contista Dalton Trevisan são os vencedores da 10.ª edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, que foi anunciado em S. Paulo, nesta segunda-feira à noite.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

GPI - Gabinete para a Inclusão da Universidade do Minho e a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva – Serviço Biblioteca no Apoio à Inclusão (BAI) desafiam todos os que gostam de escrever e/ou de fotografar a contar uma vivência ou uma ficção, ou tirar uma fotografia, que destaque o direito à diferença, à igualdade de oportunidades, independentemente das características de cada um, a necessária abertura social e a mudança de atitudes para que todos possam viver e conviver sem barreiras físicas e mentais.
Escolha um tema da sua preferência dentro do objetivo da Inclusão (deficiências, raças, minorias sociais, entre outros), opte por uma das duas modalidades do concurso (conto ou fotografia), e consagre a criatividade e inovação criando um texto ou imagem inédita e individual.
Regulamento

Revista “Blimunda” celebra os 90 Anos de José Saramago.



Já no seu sexto número, a revista digital da Fundação José Saramago veste a imagem dos 90 Anos de José Saramago e dedica o seu número de novembro ao Escritor.
Os conteúdos deste número são quase na íntegra dedicados ao Nobel português, pelos seus 90 Anos. O dossier central recebe textos de Harold Bloom, Mario Benedetti, Manuel Gusmão, James Wood, Luciana Stegagno Picchio, Carlos Fuentes, John Updike, Juan Cruz e Eduardo Lourenço, acompanhados pelas ilustrações que compõem a exposição que pode ser visitada na Casa dos Bicos, na Estação do Metro “Aeroporto” e na Biblioteca Municipal do Palácio das Galveias. Presentes neste dossier estão também as 90 Palavras, que nos foram enviadas por leitores de Saramago das mais diversas origens geográficas.
Na secção infantil e juvenil, Luísa Ducla Soares e Andreia Brites escrevem sobre a obra infantil de José Saramago, através de um percurso biográfico do Autor e de uma análise mais profunda à obra A Maior Flor do Mundo.
Para descarregar gratuitamente aqui.

                                                                                                      in http://lerebooks.wordpress.com/2012/11/23/revista-blimunda-celebra-os-90-anos-de-jose

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Dia Nacional do Pijama.

No dia 20 de Novembro, o Jardim de Infância da Meadela e a Biblioteca Escolar festejaram o Dia Nacional do Pijama associando-se à causa “uma criança tem o direito a crescer numa família”. Para esta comemoração, todos se vestiram a preceito, de pijama, e todo o Jardim de Infância foi devidamente decorado tendo em conta o tema do evento. Ao longo do dia, realizaram-se várias atividades, nomeadamente angariação de fundos, momentos lúdicos e sessões de leitura recreativa, tendo como suporte o livro Todos de Pijama. Esta obra é da autoria de “Mundos de Vida”, com ilustrações de Yara Kono. Nela narra-se a história de duas crianças que procuram desvendar um segredo e um pijama começa por ser a sua única pista. É uma história sobre a felicidade e que nos lembra que qualquer criança tem o direito a crescer numa família.
Nesta iniciativa participaram cerca de 54.178 crianças, em escolas de todo o país. Estamos muito felizes por ter feito parte dela e por sabermos que a escola também é a nossa “família”!

domingo, 18 de novembro de 2012

QuidNovi e o valor das palavras, do amor e das diferenças.

A editora QuidNovi acaba de lançar dois livros destinados a um público infanto-juvenil. Com o Natal quase aí, o Diário Digital recomenda estas duas preciosas propostas: «José, será Mago?», que ensina o valor que as palavras devem ter; e «Como Tu», que aborda áreas que vão desde a educação sexual até à educação cívica e ambiental. Este último inclui um presente, um áudio-livro com oito músicas.
«José, será Mago?», da autoria de Mário João Alves e com ilustrações de Isabel Beleza, conta a história de dois rapazes – o Ruivo e o Carapinha – que passam a vida a seguir um escritor chamado José. E porquê? Porque o José é um mago com as palavras. Começa assim, mas num ápice os protagonistas passam a três – o Ruivo, o Carapinha e tu.
Este é o primeiro de uma série de contos dedicados a grandes «domadores» de palavras. Gente que viveu e vive para nos alargar os horizontes. Gente que é obrigatório conhecer e saborear.
O José está quase a chegar com as suas palavras, na sua jangada de pedra, para ensinar o valor que as palavras devem ter. Os autores pedem que fiques de olhos e ouvidos bem abertos e desejam-te boa viagem.
No final surgem algumas notas dedicadas a Saramago, onde se explica que «A Jangada de Pedra» foi um dos livros mais importantes de Saramago e que nele vemos a Península Ibérica libertar-se do continente europeu e fazer uma espécie de InterRail marítimo, à procura da sua identidade, do seu lugar no mundo. Saramago também procurou o seu. Foi encontrá-lo longe, numa ilha cor de cinza chamada Lanzarote. Gostou do silêncio e ficou.
Também contextualiza a história de José Saramago, nascido numa pequena povoação, em Azinhaga, junto à Golegã. Aos dois anos mudou-se para Lisboa e a sua vida, como a maior parte das vidas, passou depois sob vários céus. O céu da sua arte, refere-se nas notas, encontrou-o quando decidiu dedicar-se, a tempo inteiro, à escrita, por volta de 1975. A partir de 1998, após ter ganho o Prémio Nobel da Literatura, passou a «maguear». Fala ainda de Pilar del Rio, a «luz da sua vida», duas almas que foram retratadas no filme «José&Pilar», também feito livro, e ainda dos seus textos, um «extraordinário exemplo de como escolher as palavras certas e de como tirar delas o máximo partido».
Exemplo disso é o romance «Ensaio sobre a Lucidez», onde as palavras do escritor são mais interventivas do que nunca – um livro que retrata as eleições de um lugar em que a população vota massivamente em branco. É a forma encontrada para mostrar aos governantes o quanto estão desiludidos e revoltados com ele.
«Levantado do Chão», «A Jangada de Pedra», «O Memorial do Convento», «O evangelho Segundo Jesus Cristo», «O Ano da Morte de Ricardo Reis» ou «Ensaio sobre a Cegueira» ensinam imediatamente o significado da palavra «maguear».
«As palavras do José são simples, mas os ouvidos das pessoas não. Nuns ouvidos, a palavra reluz ao entrar em contacto com o cérebro. Noutros, a palavra perde-se no seu túnel e nunca chega a entrar em contacto com o seu pensamento. Porque as palavras que realmente interessam só revelam a sua magia em ouvidos bem abertos.»
A segunda proposta, «Como Tu», de Ana Luísa Amaral e ilustrações de Elsa Navarro, num registo bastante diferente, fala do amor e das diferenças, da infância e do crescimento, dos sentires, das transformações e da alegria. Da responsabilidade e do respeito, da vida comum a todos os seres vivos, dos espaços que vamos aprendendo a habitar. «Cuidar quer dizer proteger, guardar, unir» e «porque há tanto de gente como há tanto de mundo».
Um livro que fala do amor como se fosse feito de cambraia:
«Aos pedaços, o amor?»

Aos pedaços, o amor? Mas como pode ser?
Como pode partir-se em bocados
o amor?
O amor é como um copo
feito de cambraia
quando se atira ao chão…
Não se parte, a cambraia:
se lançarmos ao ar um lenço de cambraia,
é como um paraquedas a voar:
pode abrir-se ao ar,
mas vai chegar inteiro
ao chão (…)
O amor é uma travessa
tecida em algodão,
que mal caia no chão…
Não se pode partir o algodão:
ele é sempre macio.
Se formos dividir o algodão,
nascem de entre os seus fios coisas diferentes:
um casaco de cor, um vestido de verão,
pequena cotonete.
Separa-se o algodão,
mas não se parte: é o fio do algodão
que mais promete.»
 
                                                Por Sandra Gonçalves, in http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=602149



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Conto com História - "Caturo o Pequeno Guerreiro"

A Casa dos Nichos – Núcleo Museológico de Arqueologia e a Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, vêm por este meio convidar os alunos da nossa escola a assistirem ao Conto com História: Caturo o pequeno Guerreiro, a  decorrer nos dias 23 de janeiro, 13 de março e15 de maio do ano de 2013, às 10h30, no referido Núcleo Museológico, sito na Rua de Viana.
 
Caturo é um miúdo que viveu há muitos e muitos anos atrás, há cerca de  2000 anos e que viveu no alto dos montes numa casa redonda e com telhado de colmo, a sua aldeia encontrava-se rodeada de muralhas que a protegiam de ataques inimigos. Caturo adora ouvir o seu avô, um velho guerreiro, contar histórias das lutas com os romanos.
 
A entrada é gratuita, devendo as marcações serem efetuadas previamente, através  dos contactos abaixo indicados, no início do respetivo mês.
 
Casa dos Nichos:
 
 
Telefone: 258809359
 
Gabinete de Arqueologia:
 
 
Telefone: 258809337

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Natal num Postal


A Associação Cultural e de Educação Popular (ACEP) pelo quinto ano consecutivo vai realizar, de 19 de novembro de 2012 a 06 de janeiro de 2013, nas suas instalações, a exposição O NATAL E A ARTE A expressão artística é livre, podendo-se recorrer a diversas técnicas, suportes ou materiais. Assim, Desafiam todos os alunos e docentes a participarem nesta exposição.
Os trabalhos deverão ser entregues na ACEP até ao dia 16 de novembro de 2012.
A exposição estará aberta ao público de 2ª a 6ª feira das 9h30 às 12h00 e das 14h00 às 18h00.
Poderão, também, visitar a exposição aos sábados à tarde enquanto decorrem as oficinas para Pais e Filhos para as quais os convidamos desde já. (consultar em novembro: http://acep-meadela.blogspot.pt e www.facebook.com/acep-meadela.)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

CONCURSO "CHERUB"




Abre hoje o concurso de leitura "CHERUB" promovido pela Biblioteca Escolar (BE) em parceria com a Porto Editora. O concurso tem como objetivo divulgar os livros desta coleção, ao mesmo tempo que promove a competência leitora. Quem quiser participar, já se pode dirigir à biblioteca e requisitar o livro do concurso deste ano: República popular. No dia 01 de dezembro, pelas 10h:15m, os participantes responderão a um questionário relativo à a obra. À semelhança do pretérito ano letivo, haverá prémios para os vencedores. Um representante da Porto Editora estará presente na biblioteca, nesse dia, para entregar os prémios. Os alunos deverão efetuar a sua inscrição, na BE, até ao dia 24 de novembro (inscrição obrigatória).

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A Bondade da Bruxa Carlota.


Lá longe, num reino distante no cimo dum monte, havia um castelo muito bonito cheio de luz, e nesse castelo vivia a Bruxa Carlota. Era uma bruxa diferente das outras, era muito boa e amiga das crianças. Um belo dia pensou:

- Falta pouco tempo para o dia das Bruxas! E se eu convidasse os meninos da aldeia para comerem uma sobremesa deliciosa comigo, feita no meu caldeirão?

  Conforme pensou, assim o fez. Escreveu alguns convites e ela própria foi distribuí-los, na sua vassoura mágica, aos 5 meninos da aldeia que se chamavam Mafalda, Manelinho, Joãozinho, Carlinha e Jorginho. Os meninos, quando a viram na sua vassoura mágica, começaram a chamar o seu nome “Carlota, Carlota”. Foi então que a Bruxa Carlota, com a magia do seu feitiço, disse:

- Inimini, convites vão voar e nas mãos dos meninos vão poisar, Zás-trás”.

  Os meninos estavam radiantes de alegria, cantavam, gritavam muito felizes dizendo “obrigado Bruxa Carlota, obrigado!”.

  Chegou o dia da festa e os 5 meninos lá foram monte acima caminhando lentamente até ao castelo da Bruxa Carlota. Já bem perto do castelo, foram recebidos muito bem pelos amigos da Bruxa Carlota. Foi então que apareceu a abóbora Catita toda enfeitada dizendo:

- Sejam bem-vindos, sejam bem-vindos! Os meus amigos Tiko, o morcego, e a aranha Camila irão indicar o resto do caminho e, quando chegarem à porta do castelo, irão ser recebidos por mais um nosso amigo, a gata Luna, que irá levar-vos até à Bruxa Carlota que vos espera ansiosamente.

  E, assim foi. A Bruxa Carlota recebeu os meninos muito bem com muita alegria e simpatia.

- Sentem-se e fiquem à vontade. É um prazer muito grande ter-vos junto de mim. Preparei uma sobremesa deliciosa para vocês. Eu acho que vão gostar da mousse de Chocolate feita por mim.

  Os meninos comeram a mousse até se sentirem cansados de tanto comer e foi então que a Bruxa Carlota lhes perguntou:

- Vocês gostam de histórias?

  E eles responderam:
- Sim, sim muito.

  A Bruxa Carlota sentou-se na varanda do seu castelo junto com os meninos, virada de costas para a lua e as estrelas brilhando, contando uma linda história sobre “A Amizade de dois Ratinhos”, aos meninos. Quando acabou de contar a história, os meninos bateram palmas à Bruxa Carlota, agradecendo o seu carinho e amizade que ela lhes tinha oferecido sem pedir nada em troca. Então, ela disse:

- Eu adoro crianças! Vocês são as estrelas do mundo, faço tudo que for preciso para vos ver felizes e sempre a sorrir.

  No final da festa, a Bruxa Carlota levou de volta os meninos à aldeia, na sua vassoura mágica, voando pelo céu fora com os meninos rindo de alegria e felicidade e, mais uma vez, ela falou uma frase mágica:

- Inimini, vassoura vamos pousar para as crianças às suas casas regressar. Zás-trás.

  A Bruxa Carlota sorriu para os meninos e disse:

- Sejam todos muito felizes… eu voltarei... até breve…
 
                                                                                                                   L.B.