Catálogo da BE

quinta-feira, 13 de junho de 2013


" Lavar, Escovar, Esfregar "

No dia 6 de Junho, pelas 10h:15m, o grupo de estagiárias do 2.º ano do curso de Educação Básica, dinamizou novamente uma atividade de promoção do livro e da leitura.
A atividade começou com um pequeno jogo de apresentação entre os alunos e as estagiárias.      
 De seguida, foi apresentado a capa do livro “Lavar, Escovar, Esfregar”, de Mick Manning e Brita Granström, a histórias foi lidas logo depois pelas estagiárias, e degustadas por todos.
A leitura, análise e interpretação da obra, “Lavar, Escovar, Esfregar” foram feitas em conjunto, onde os alunos tinham de dizer o que sabiam sobre as palavras úteis que se encontravam no final do livro.
 Seguidamente os alunos preencheram uma cartolina com a importância dos hábitos de higiene.
No final da atividade, alunos receberam uma ficha de trabalho com algumas atividades para eles realizarem, sobre a obra.

Agradecemos à turma e à professora por toda a colaboração.



terça-feira, 11 de junho de 2013

Ebook gratuito: “Os Lusíadas” de Luís de Camões.

No dia em que se comemora o dia do poeta, oferecemos a sua obra emblemática, numa cuidada edição em epub segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.
É também o primeiro título do projeto «Nativos Digitais Leem+», apoiado pelo programa Ideias Com Mérito da Rede de Bibliotecas Escolares, que prevê a publicação de 50 títulos ao longo dos dois próximos anos.
Título: Os Lusíadas
Autor: Luís de Camões
Formato: epub
Edição: Biblioteca do Agrupamento de Escolas de Rio de Mouro
Coleção: Clássicos da literatura portuguesa
Adaptação, paginação e projeto gráfico: Carlos Pinheiro
1.ª edição: junho de 2013
ISBN: 978-989-8671-10-3
CDU: 82-1/49
Edição segundo as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

 
 
Causa-me muita impressão que o Dia de Camões sirva para tudo menos para a divulgação e o cultivo da obra (poesia e teatro) do maior vulto literário de língua portuguesa. Até há uns anos, era habitual a RTP-1 transmitir o filme "Camões", de Leitão de Barros. Não era muito, mas já era alguma coisa. Agora, nem isso... Nada que vá além das cerimónias oficiais com as paradas militares, os discursos de circunstância e a aposição de medalhas ao peito de um rol (mais ou menos extenso) de notáveis.
A Antena 1, nos últimos anos, tem afinado pelo mesmo diapasão de indigência, fazendo tábua-rasa de uma das obrigações culturais do serviço público que é dar a ouvir (porque é de rádio que falamos) a obra dos nossos valores literários, sem esquecer, como é óbvio, o expoente mais elevado de todos – 
Luís Vaz de Camões. Não fosse a rubrica "David Ferreira a Contar" em que esteve em foco a polémica gerada pela edição, em 1965, do EP "Amália Canta Luís de Camões", com a passagem de excertos dos três espécimes poético-musicais nele incluídos ("Lianor", "Erros Meus" e "Dura Memória") e de "Endechas a Bárbara Escrava", por José Afonso, e o nosso poeta maior teria sido completamente negligenciado no principal canal da rádio do Estado, durante o dia em que é suposto ser condignamente celebrado. Era assim tão complicado resgatar do arquivo histórico a adaptação de uma das três peças teatrais de Luís de Camões – "Auto dos Anfitriões", "Auto de Filodemo" ou "Auto de El-Rei Seleuco"? E seria pedir muito que se transmitisse, ao longo do dia, diversos dos seus poemas, ora recitados ora cantados? Uma coisa simples e despretensiosa, mas que seria de muito bom tom e não deixaria de ter benefício cultural no auditório. O mais difícil seria mesmo escolher entre o muito e bom que foi gravado, seja na forma recitada seja na forma musicada/cantada. 
O blogue "A Nossa Rádio" faz o serviço público de apresentar sete belos espécimes, antecedidos do soneto "A Camões", da autoria do brasileiro Manuel Bandeira, na voz de 
João Villaret, tal como os demais poemas recitados, homenageando o imortal recitador no ano em que se comemora o centenário do seu nascimento. Dão voz aos poemas cantados: Amália Rodrigues, José Afonso, Amélia Muge e Cristina Branco.
 
                                in http://nossaradio.blogspot.pt/2013/06/camoes-recitado-e-cantado.html
Poema (endechas em redondilha menor): Luís de Camões (in "Rimas", edição de 1595)
Música: José Afonso
Intérprete: José Afonso* (in LP "Cantares do Andarilho", Orfeu, 1968; reed. Movieplay, 1987, 1996, Art'Orfeu Media, 2012).
 
 

Lianor

Poema (vilancete em redondilha maior): Luís de Camões (in "Rimas", edição de 1668)
Música: Alain Oulman.

Intérprete: Amália Rodrigues* (in EP "Amália Canta Luís de Camões", Columbia/VC, 1965; "Amália 50 Anos": CD "Os Poetas", EMI-VC, 1989).
 
 
 
 
 
  

domingo, 9 de junho de 2013

No passado dia 4 de junho, nós, alunas estagiárias da ESE, implementamos mais uma sessão de promoção à leitura relacionada com os direitos da criança, uma vez que no dia 1 de junho foi celebrado o dia da criança.

Começamos por mostrar um vídeo sobre a obra "A Maior Flor do Mundo" de José Saramago, em que o autor só fala da sua dificuldade em escrever para crianças, e, de seguida, pedimos aos alunos que imaginassem uma história possível para a obra apresentada no vídeo. No fim, foi feita a leitura da obra para que os alunos comparassem aquilo que tinham imaginado e percebessem se afinal era fácil escrever para crianças ou não.
De seguida, pedimos que nos dissessem vários direitos da criança que conhecessem. Visto que a obra incluía alguns desses direitos, numa tela onde tinha uma flor gigante, cada aluno escreveu um direito da criança em cada pétala da flor.

No fim, colocámos a tela em exposição à entrada da Biblioteca Escolar e os alunos avaliaram toda a sessão. Ainda com um pouquinho de tempo, terminámos a sessão com uma conversa sobre leitura, livros e escritores, em que os alunos participaram ativamente, afim de incentivá-los para o gosto pela leitura.

domingo, 2 de junho de 2013

Senhora do Marão
 
Letra e música: Vasco Monterroso
Intérprete: Andarilhos* (ao vivo no Teatro da Luz, Lisboa)
Versão original: Andarilhos (in CD "Caminho Velho", Açor/Emiliano Toste, 2011)
 

 
 
[instrumental]
 
Ó Senhora do Marão,
É tão alto adonde estais!
Eu que sempre lá quis ir,
Minha mãe, que o não deixais...
Prometo lá assubir,
Lá, adonde bos quedais,
Mas se achar a quem procuro,
Minha mãe, não volto mais.
 
Ó Senhora do Marão,
Em tempos vos prometi
Cravos, por quem procuro,
Para que o encontre aí! 
Ó Senhora do Marão,
Em tempos vos prometi
Cravos, por quem procuro,
Para que o encontre aí! 
 
[instrumental]
 
Ó Senhora do Marão,
Em teus montes vendavais
Colhem ventos, outros tempos,
Lá no alto adonde estais.
Senhora, lá hei-de eu ir,
Lá ao alto em que acordais,
Entre o bailar dos cata-ventos,
Nasce o sol cedo demais!
 
Ó Senhora do Marão,
Em tempos vos prometi
Cravos, por quem procuro,
Para que o encontre aí!
Ó Senhora do Marão,
Lá ao alto em que acordais,
O vento trouxe a promessa
De ver a quem quero mais.
 
[instrumental]
 
Ai, ó Senhora da Serra, deixai ver
O sol romper no teu novo dia!
Ó Senhora lá no alto,
É tua a luz que me guia.
Senhora do Mar da Serra,
Que velais por quem se vê perdido!
Ó Senhora lá no alto,
Atendei a meu pedido!
 
Ó Senhora do Marão,
É tão alto adonde estais,
Eu que sempre lá quis ir,
Minha mãe, que o não deixais...
Prometo lá assubir,
Lá, adonde bos quedais,
Mas se achar a quem procuro,
Minha mãe, não volto mais!
 
[instrumental]
 
Ó Senhora do Marão,
É tão alto adonde estais,
Eu que sempre lá quis ir,
Minha mãe, que o não deixais...
Prometo lá assubir,
Lá, adonde bos quedais,
Mas se achar a quem procuro,
Minha mãe, não volto mais!
 
 
Nota: «Senhora do Marão é um local na freguesia da Teixeira, concelho de Baião, no alto da Serra do Marão. É também a designação da romaria que aí acontece todos os anos, no segundo domingo de julho. A altitude a que se encontra este local fez com que lhe chamassem "a mais alta" romaria de Portugal, profundamente associada à cultura popular duriense. Alguns associam este local ao culto solar no período pré-cristão. E ainda hoje, esta romaria tem como ponto alto o vislumbramento do romper do dia.» (Vasco Monterroso / Andarilhos)
 

Papyrus – Crie ebooks de forma fácil e gratuita.

O processo de produção e publicação de ebooks está cada vez mais simples e rápido. Hoje apresentamos uma ferramenta online que em apenas alguns minutos permite produzir ebooks com uma qualidade profissional. Trata-se da Papyrus, uma startup indiana de produção, publicação e comercialização de ebooks disponível gratuitamente para os navegadores Crome e Safari.
O processo é muito simples: começa-se por selecionar um tema de entre os vários disponíveis (que pode ser mudado a qualquer momento):
Image1
A seguir indica-se o título do livro e imediatamente fica disponível um painel de edição, já com várias secções do ebook incluídas: a capa, acerca do autor e do livro, copyright e prefácio. Cada uma destas secções pode ser editada, apagada ou mudada de ordem:
Image2
Pode-se inserir novos capítulos, imagens, e estão disponíveis as habituais ferramentas de formatação de texto. Podem também importar-se capítulos a partir de um URL.
Quando o livro estiver pronto, clica-se em Publish, defini-se a forma de distribuição e já está. Além de ficar disponível online, é possível fazer o download em formato epub, mobi e pdf.
De todas as ferramenta online que já experimentámos, esta é a mais fácil, rápida e versátil, pelo que se revela um excelente solução para quem pretende iniciar-se na produção de ebooks. Como único senão, a limitação em termos de browsers compatíveis.
Fica aqui um exemplo, produzido menos de 5 minutos, de «
A Nau Catrineta», do Romanceiro de Almeida Garret.

A Força das Coisas de 25 Mai 2013 - RTP Play - RTP

Luís Caetano, na edição de sábado passado (25 de Maio) do seu programa "A Força das Coisas", tomou a louvável iniciativa de evocar o grande escritor, lendo um belo e suculento naco da prosa aquiliniana extraído do romance "Andam Faunos Pelos Bosques", bem como dando conta da reedição que a Bertrand Editora vem fazendo de diversos dos seus títulos e – sobretudo – transmitindo a interessantíssima entrevista que o ilustre autor concedeu a Francisco Igrejas Caeiro, em 1957, para o programa "Perfil dum Artista". Quem a não ouviu ou deseje reouvi-la poderá fazê-lo a todo o momento acedendo a A Força das Coisas de 25 Mai 2013 - RTP Play - RTP
Um ebook gratuito de Mark Coker da Smashwords(uma das maiores distribuidoras mundiais de ebooks autopublicados) que revela os segredos de publicar um ebook de sucesso e que tem como subtítulo »como chegar a mais leitores com as suas palavras».
Ao longo de 124 páginas, ficamos a conhecer as boas práticas de edição dos autores que obtiveram maior sucesso na história da Smashwords. São um total de 29 segredos que vão desde a escrita à escolha da capa e definição do preço de venda.

A biblioteca do futuro.

Um projeto de investigaçãosobre o futuro das bibliotecas, conduzido peloArts Council de Inglaterra, identificou quatro áreas prioritárias para o fomento e sustentabilidade das bibliotecas no século XXI:
  1. A biblioteca como centro da comunidade.
  2. Tirar o máximo partido da tecnologia digital e dos meios criativos.
  3. Assegurar que a resistência e sustentabilidade das bibliotecas.
  4. Dotar de conhecimentos adequados os profissionais que trabalham nas bibliotecas.
Um resumo do estudo (12 páginas, pdf) pode ser lido aqui.

segunda-feira, 27 de maio de 2013


Reescritas do conto tradicional  "o capuchinho vermelho "


A atividade foi realizada no dia 16 de maio, de 2013, pelas estagiárias da ESE, Andreia Pires, Diana Maciel e Fátima Oliveira e pelo 5.ºC, com o apoio da professora Paula Mesquita.
Começamos a atividade perguntando-lhes que contos tradicionais conheciam. Seguidamente, fornecemos-lhes um mapa de contraste, com duas colunas. Na primeira, preenchiam com as informações da história que eles conheciam do “Capuchinho Vermelho”.
De seguida, demos-lhes a conhecer a obra “Os melhores contos dos irmãos Grimm”, participando os alunos na sua leitura.
Seguidamente, preencheram a segunda coluna do mapa, e, posteriormente, fizemos a comparação do mesmo.
Logo depois, e para que lhes pudessemos dar a conhecer uma reescrita da mesma história, trabalhamos o conto “Baralhando histórias”, de Alessandro Sanna.
O feed-back foi muito positivo. Eles adoraram conhecer a história e, de seguida, para que pudessem trabalhar a nível da escrita e da oralidade, foi-lhes pedido que reescrevessem, em grupos, uma história, que incluísse elementos do nosso dia-a-dia e da vida moderna, como telemóvel, computador, aviões... para que dessem largas à imaginação. Finalmente,, cada grupo leu a sua história. 
A atividade terminou com os alunos a colorirem as personagens deste conto. 



" Os ovos misteriosos"


No dia 2 de Maio, pelas 10h.15m, o grupo de estagiárias do 2.º ano do curso de Educação Básica, dinamizou novamente uma atividade de promoção do livro e da leitura.
A atividade começou com um pequeno jogo de apresentação entre os alunos e as alunas estagiárias.       
 De seguida, foi apresentado a capa do livro “Os ovos misteriosos, de Luísa Ducla Soares, onde os alunos realizaram uma história partindo apenas das imagens. As histórias foram depois lidas, e degustadas por todos.
A leitura , análise e interpretação da obra, “ os ovos misteriosos” foram feitas em conjunto, realçando o valor da família, dos irmãos e da adoção. 
No final da atividade, alunos receberam um desdobrável com as informações da autora e da obra, e ainda algumas atividades  para eles realizarem.
Agradecemos à turma e à professora por toda a colaboração.

  

   “Histórias pequenas de Bichos pequenos “


No passado dia 9 de Maio, pelas 10h.15m, o grupo de estagiárias, dinamizou mais uma vez, uma atividade de promoção de leitura e escrita, na turma 6.º G, com a professora, Cidália Santos.
A atividade começou com um pequeno jogo de apresentação, onde foram retratados os aspetos físicos e psicológico dos alunos e das estagiárias. 
 Posteriormente foi pedido aos alunos que através do titulo da obra “ Histórias pequenas de bichos pequenos” de Álvaro Magalhães, mencionassem os animais que poderiam estar retratados na obra, e realizassem uma pequena historia a  partir destes.  
A leitura, análise e interpretação da obra, de Álvaro Magalhães foram feitas em conjunto, realçando os aspetos positivos que cada animal possuí.
No final da atividade, os alunos realizaram uma atividade prática, construindo um “mini” marcador que será útil para futuras leituras.
Agradecemos à turma e à Professora por toda a colaboração, vontade e empenho revelados.

domingo, 26 de maio de 2013

A festa de anos, Luísa Ducla Soares

No passado dia 14 de maio, foi abordada a obra "A festa de anos" de Luísa Ducla Soares a duas turmas do 2º ciclo desta escola. Esta obra foi escolhida com o intuito de passar uma mensagem muito importante aos alunos: "A avestruz Catrapuz fazia anos.Resolveu dar uma festa, convidar os amigos. Cada amigo com gostos inconciliáveis. Mas a amizade tudo ultrapassa.", cada amigo ofereceu aquilo que gostaria de receber mas, a avestruz, arranjou utilidade para todos os presentes em vez de os rejeitar.
Iniciámos com a leitura do livro feita pelos alunos, de seguida, realizou-se um jogo com perguntas sobre a obra lida.
Depois do jogo, cada aluno teria de ilustrar uma possível capa para o mesmo livro abordado na aula.
Para finalizar, os alunos dirigiram-se à Biblioteca Escolar, juntamente com as estagiárias, para avaliar toda a sessão.
Obrigado a todos pela colaboração!

sexta-feira, 3 de maio de 2013


No passado dia 30 de abril, realizamos uma atividade sobre o dia da mãe (celebrado brevemente) com um grupo de alunos frequentadores da unidade de necessidades educativas especiais.
Começamos pela apresentação do livro "A Vida Secreta das Mães" de Beatrice Masini, este fala sobre as profissões das mães e outras ocupações/afazeres que as mães têm e que a maior parte os filhos não sabem. E, conversou-se com os alunos afim de saber se eles tinham conhecimento das vidas secretas das suas mães.

De seguida, com ajuda, os alunos criaram um género de cartão/postal. para oferecerem às mães, onde escreveriam qual a vida secreta que achavam que elas tinham.
No final, a avaliação de toda a aula foi feita de maneira diferente de forma a ajudar os alunos. Através do quadro que vemos no vídeo, os alunos deram a sua opinião.

segunda-feira, 29 de abril de 2013


No passado dia 23 de abril foi abordado, antecipadamente, o tema "A Revolução do 25 de abril".
Inicialmente, foi apresentado o livro "A fábula dos feijões cinzentos; 25 de Abril, como quem conta um conto", que falava de uma comunidade de feijões que vivia oprimida como o povo português no ano de 1974 e que se revoltaram com o intuito de mudar isso. Após a apresentação deste conto, os alunos interagiram com as alunas estagiárias da Escola Superior de Educação na realização de um jogo do género "Quem Quer Ser Milionário?", que continha várias questões acerca da revolução de 1974.
De seguida, foi apresentado um vídeo sobre a mesma revolução, com imagens reais do acontecimento para que os alunos aprofundassem os seus conhecimentos.
Para finalizar, tal como sempre, os alunos dirigiram-se à biblioteca escolar para avaliar o desempenho das estagiárias e todas as atividades realizadas na aula, e entregaram à biblioteca um cravo gigante para se tornar um marco do acontecimento e relembrar a todos do quão importante foi para o nosso país.

terça-feira, 23 de abril de 2013

No DIA MUNDIAL DO LIVRO

Biblioteca verde
(Carlos Drummond de Andrade)

Papai, me compra a Biblioteca Internacional de Obras Célebres.
São só 24 volumes encadernados
Em percalina verde.
Meu filho, é livro demais para uma criança.
Compra assim mesmo, pai, eu cresço logo.
Quando crescer eu compro. Agora, não.
Papai, me compra agora. É em percalina verde,
Só 24 volumes. Compra, compra, compra.
Fica quieto, menino, eu vou comprar.

Rio de Janeiro? Aqui é o coronel.
Me mande urgente sua Biblioteca
Bem acondicionada, não quero defeito.
Se vier com arranhão recuso, já sabe:
quero devolução de meu dinheiro.
Está bem, Coronel, ordens são ordens.
Segue a Biblioteca pelo trem-de-ferro,
Fino caixote de alumínio e pinho.
Termina o ramal, o burro de carga
Vai levando tamanho universo.

Chega cheirando a papel novo, mata
de pinheiros toda verde. Sou
o mais rico menino destas redondezas.
(Orgulho, não; inveja de mim mesmo.)
Ninguém mais aqui possui a coleção
das Obras Célebres. Tenho de ler tudo.
Antes de ler, que bom passar a mão
no som da percalina, esse cristal
de fluida transparência: verde, verde.
Amanhã começo a ler. Agora não.

Agora quero ver figuras. Todas.
Templo de Tebas. Osíris, Medusa,
Apolo nu, Vênus nua... Nossa
Senhora, tem disso nos livros?
Depressa, as letras. Careço ler tudo.
A mãe se queixa: Não dorme este menino.
O irmão reclama: Apaga a luz, cretino!
Espermacete cai na cama, queima
a perna, o sono. Olha que eu tomo e rasgo
essa Biblioteca antes que pegue fogo
na casa. Vai dormir, menino, antes que eu perca
a paciência e te dê uma sova. Dorme,
filhinho meu, tão doido, tão fraquinho.

Mas leio, leio. Em filosofias
tropeço e caio, cavalgo de novo
meu verde livro, em cavalarias
me perco, medievo; em contos, poemas
me vejo viver. Como te devoro,
verde pastagem. Ou antes carruagem
de fugir de mim e me trazer de volta
à casa a qualquer hora num fechar 
de páginas?

Tudo que sei é ela que me ensina.
O que saberei, o que não saberei
Nunca,
está na Biblioteca em verde murmúrio
de flauta-percalina eternamente.