Catálogo da BE

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

3D pode motivar reclassificação etária de “Avatar”


Alertas de neurologistas para os eventuais perigos duma exposição das crianças à tecnologia 3D podem motivar uma reclassificação do filme “Avatar”, dos 6 para os 12 anos. Nos EUA, alguns fãs experimentaram depressão e tendências suicidas.
A neurologista Teresa Paiva alertou, em declarações à agência Lusa, para os perigos relacionados com uma “forte estimulação sensorial” que a exposição à tecnologia 3D pode provocar nas crianças pequenas.
A Comissão de Classificação de Espectáculos (CCE), orgão responsável pela classificação etária dos filmes exibidos nas salas de cinema, admite que o filme “Avatar” pode vir a ser reavaliado, quer a versão em 3D, quer a normal.
O presidente da CCE garantiu à Lusa que a opinião dos clínicos é respeitada e que a classificação etária de um filme é revista “sempre que há reclamações”, admitindo assim que “Avatar” será reavaliado.
Os resultados desta nova visualização poderão resultar na alteração da classificação etária da película e na introdução de uma advertência em relação à tecnologia 3D em todas as salas de cinema que exibam o filme.
“Avatar” é já um dos filmes mais rentáveis da história do cinema com lucros que ascendem a mais de 1,4 mil milhões de dólares mas, na América, a película está, também, a suscitar polémica.
Fãs americanos deprimidos e com tendências suicidas
Fãs do filme de ficção científica afirmam que experimentaram períodos de depressão e tendências suicidas depois de assistirem a “Avatar”, refere a CNN.
O público americano culpa o cenário idílico de Pandora, retratado em “Avatar”, onde nunca poderão viver, como uma das causas para as profundas depressões.
Um site de fãs do filme de James Cameron colocou on-line o tópico “Como lidar com a depressão de que o sonho de Pandora é inatingível” e recebeu mais de mil testemunhos de quem se sentia deprimido, desligado da realidade, ou ainda sentia repulsa pela humanidade.
“Avatar” tornou-se para o público americano não só uma experiência cinematográfica mas um veículo para um exercício de introspecção.
Este é já um dos filmes mais rentáveis da história do cinema, com lucros que ascendem a mais de 1,4 mil milhões de dólares nas bilheteiras de todo o mundo.

Morreu a guardiã dos manuscritos de O Diário de Anne Frank.


Tinha 100 anos e foi uma das pessoas que ajudou Anne Frank e a sua família a esconderem-se dos nazis. Miep Gies, guardiã dos manuscritos que deram origem ao clássico universal O Diário de Anne Frank, durante a II Guerra Mundial, morreu ontem, na Holanda, na sequência de uma queda que deu por altura do Natal.
Foi Miep Gies, que trabalhava para o pai de Anne, Otto, durante a II Guerra Mundial, que reuniu os manuscritos da jovem autora, mantendo-os a salvo dos nazis na esperança de um dia os devolver a Anne. Perante a fatalidade da morte da adolescente num campo de concentração, Miep entregou os documentos a Otto, ajudando-o a compilar os manuscritos.
A obra foi finalmente publicada, em formato de diário, em 1947. O livro converteu-se num êxito universal - estima-se que esteja, hoje, entre os dez livros mais lidos do mundo - com tradução em 60 línguas e mais de 25 milhões de exemplares vendidos, afirmando-se como um dos testemunhos mais vivos da implacável perseguição nazi aos judeus durante o Holocausto. O Diário de Anne Frank integra, aliás, a lista de 35 bens do património documental mundial “de interesse universal” propostos em 2009 pela UNESCO ao programa “Memória do Mundo”.
Em 1942, em plena II Guerra Mundial, Miep trabalhava como secretária para Otto Frank, quando este lhe confiou um segredo: ele e a sua família tinham decidido esconder-se em Amesterdão para escapar dos nazis. “Otto Frank, o meu chefe, pediu-me que passasse pelo seu escritório. Quando entrei, disse-me: ‘Senta-te. Tenho uma coisa muito importante para te contar. Um segredo, na verdade. Pensámos em nos esconder, aqui, neste prédio. Estarias disponível para nos ajudar, para nos trazeres comida?’. Eu respondi que sim, naturalmente”, contou a própria Gies numa entrevista publicada no site da Casa de Anne Frank, transformada em casa-museu. A última sobrevivente do grupo de pessoas que escondeu os Frank sempre recordou que os verdadeiros heróis em toda a história foram pessoas como o seu próprio marido, Jan, a par com outros funcionários da empresa de Otto, que, em conjunto, ajudaram os oito judeus escondidos no sótão do número 263 de Prinsengracht, em Amesterdão. “Cumprimos as nossas obrigações enquanto seres humanos: ajudámos pessoas em dificuldade”.
A função de Miep era levar à família vegetais e carne, ao passo que outras pessoas tinham a função de lhes entregar pão e livros.
Depois de os nazis terem descoberto o Anexo Secreto, após uma denúncia às autoridades, e terem detido a família Frank, Miep Gies voltou ao sótão e descobriu, no chão, os manuscritos de Anne. Na altura recorda-se de ter decidido que não os iria ler, respeitando o direito de Anne à privacidade. Nessa altura limitou-se a recolher e a pôr a salvo os documentos.
Mas Anne acabou por morrer de febre tifóide no campo de concentração de Bergen-Belsen, a 12 de Março de 1945, quando tinha apenas 15 anos, e por isso, nesse mesmo ano, Miep entregou os documentos ao pai, Otto, o único membro da família que conseguiu sobreviver aos campos de concentração alemães.
Desde a publicação da obra, Gies viajou por todo o mundo narrando as suas experiências durante o Holocausto e a trágica perseguição aos judeus, o que lhe valeu numerosos reconhecimentos públicos.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no Porto em 6 de Novembro de 1919 e faleceu em Lisboa no dia 2 de Julho de 2004. Foi na cidade do Porto e na Praia da Granja que passou a sua infância e juventude. Frequentou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa, mas não chegou a terminar o curso. Foi casada com o jornalista Francisco Sousa Tavares e mãe de cinco filhos, que a motivaram a escrever contos infantis. Motivos concretos e símbolos excepcionais para cantar o amor e o trágico da vida foi-os buscar ao mar e aos pinhais que contemplou na Praia da Granja; com a sua formação helenística, encontrou evocações do passado para sugerir transformações do futuro; pela sua constante atenção aos problemas do homem e do mundo, criou uma literatura de empenhamento social e político, de compromisso com o seu tempo e de denúncia da injustiça e da opressão. Foi agraciada com o Prémio Camões em 1999. Obras poéticas: Poesia (1944), Dia do Mar (1947), Coral, (1950), No Tempo Dividido, (1954), Mar Novo (1958), Livro Sexto (1962) Geografia (1967), Dual (1972), Nome das Coisas (1977), Musa (1994... Obras narrativas: O Cavaleiro da Dinamarca, Contos Exemplares, Histórias da Terra e do Mar, A Floresta, A Menina do Mar, O Rapaz de Bronze, A Fada Oriana...

Obra seleccionada para o Concurso de Leitura - 2.º Ciclo



Título: A Floresta
Autora: Sophia de Mello
Breyner Andresen
34ª edição, Março 2002,
Figueirinhas

As estações sucedem-se e renovam-se a cada ano que passa... e é assim que mais um ano chegou ao fim. Uma nova estação, uma nova etapa, um novo ano se inicia. Que tal começarmos com uma sugestão de leitura que “cheira” a Outono? Por certo conheces a autora, Sophia de Mello Breyner Andresen; talvez já tenhas lido esta, ou outra(s) obra(s) da autora, tais como: A Fada Oriana, A Menina do Mar...
Embarca nesta nova aventura e vem percorrer, descobrir (ou redescobrir) A Floresta
com Isabel, Tomé, o professor de piano, Emília, os frades, os ladrões, o professor Máximo... Com Isabel, vem inventar um mundo mágico e secreto que se esconde na floresta, vem desvendar um magnifico segredo que se oculta no carvalho... O melhor é, sem dúvida, ler para saber.

Bons passeios pela FLORESTA!

O autor José Gomes Ferreira.


José Gomes Ferreira imortalizou-se no campo da Literatura Portuguesa nas áreas da Poesia e da Prosa. Natural do Porto, formou-se em Direito em 1924, tendo sido cônsul na Noruega entre 1925 e 1930.
Após o seu regresso a Portugal, enveredou pela carreira jornalística. Foi colaborador de vários jornais e revistas, tais como a Presença, a Seara Nova e Gazeta Musical e de Todas as Artes.
Pertenceu à geração do Novo Cancioneiro, com evidentes influências surrealistas, simbolistas, e sobretudo neo-realistas. José Gomes Ferreira foi um representante do artista social e politicamente empenhado nas suas reacções e revoltas face aos problemas e injustiças do mundo.
A sua mensagem, sempre actual, é a vivência real de um homem e autor com os cinco sentidos despertos para tudo o que o rodeia, colocando o seu individualismo ao serviço da urgência do social.
A sua vasta obra reflecte este seu desejo de mudar esse Mundo, o que acreditava fazer com o poder da palavra.

Livro seleccionado para o Concurso de Leitura - 3.º ciclo.


Aventuras de João Sem Medo

Poucos livros conseguiram operar de forma tão nítida este prodígio:
Foi escrito para a juventude, mas os chamados adultos identificaram-se plenamente com o universo mágico que ele encerra

José Jorge Letria

Autoria: José Gomes Ferreira
Data de publicação: 1963
Local de publicação: Lisboa


Recorrendo a um imaginário mágico, prodigioso de imaginação e engenho narrativo, João Sem Medo é “…um rapaz que vive em Chora-Que-Logo-Bebes …onde os homens, perdidos dos enigmas da infância, haviam instalado uma espécie de Parque de Reserva de Entes Fantásticos.”
Fábula fantástica por vezes de inspiração surrealista, retrata um “estar” que, de todo, não nos é alheio, “…os choraquelogobebenses — infelizes chorincas que se lastimavam de manhã até à noite — mal tinham força para arrastar o bolor negro das sombras…” transporta-nos de uma imagem de um Portugal – Estado Novo, para a nossa vivência num país que no século XXI mantém inalterável um estado de espírito, “…a andarem de monco caído, sempre constipados por causa da humidade, e a ouvirem com delícia canções de cemitério ganidas por cantores trajados de luto, ao som de instrumentos plangentes e monótonos.”
João Sem Medo, somos nós, ou muitos de nós, que nos refugiamos na utopia, no sonho, acabando a maior parte das vezes, não resignados, mas antes num estado de sobrevivência quotidiana, na esperança que um João qualquer, mas sem medo, desmantele o “Muro” que nos priva do livre pensamento. “…um dia, João Sem Medo farto de tanta chorinquice e de tanta miséria que gelava as casas e cobria os homens de verdete, disse à mãe…”. Folheia este maravilhoso livro e enquantra mil e uma aventuras de fascínio e encantamento!
Podes lê-lo, também, clicando em:
http://www.dquixote.pt/pdf/aventurasdejoaosemmedo.pdf