Catálogo da BE

sábado, 19 de junho de 2010


O caixão com os restos mortais de José Saramago saiu hoje, entre aplausos de muitos anónimos, da câmara ardente instalada na Biblioteca com o nome do escritor para a sua transferência para o Aeroporto de Lanzarote de onde viaja para Lisboa.

O féretro saiu da câmara ardente às 09:28, hora local (mesma hora em Lisboa), carregado pela viúva do escritor, Pilar de Rio, o seu cunhado, Javier Pérez, o filho de Pilar de Rio e a sua mulher, o presidente da Fundação César Manrique, José Juan Ramírez e a sua mulher e o biografo do escritor, Fernando Gómez Aguillera.



Cerca de 50 pessoas acompanharam a curta viagem entre a câmara ardente -- visitada por mais de mil pessoas -- e o carro fúnebre.



O avião com os restos mortais de José Saramago, um C130 da Força Aérea Portuguesa, partiu às 10:25 locais (mesma hora em Portugal) do aeroporto de Lanzarote, no arquipélago espanhol das Canárias com destino a Lisboa.



A bordo viajam, entre outros, a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, a viúva do escritor, Pilar del Rio; Maria e Miguel del Rio, irmãos da viúva; Juan José, filho de Pilar del Rio, seis amigos pessoais e o biógrafo do escritor, Fernando Gómez Aguilera.


Morreu José Saramago


O prémio Nobel da Literatura, José Saramago, faleceu aos 87 anos. O escritor, laureado com o Nobel em 1998, sofria de graves problemas respiratórios. "Caim" foi o último livro de Saramago a ser lançado.


Aos 87 anos, José Saramago faleceu na sua casa em Lanzarote. A câmara ardente com os restos mortais de José Saramago será instalada às 17:00 desta sexta-feira, hora de Lisboa, na Biblioteca José Saramago na localidade de Tías, na ilha espanhola Lanzarote.


A informação foi confirmada aos muitos jornalistas que estavam no exterior da casa de Saramago, nesta localidade, onde se deslocaram já, entre outros, o biógrafo do escritor, José Juan Cruz e o escritor Fernando Gómez Aguilera, director da Fundação César Manrique.


José Saramago vai ser cremado e as cinzas vão ficar em Portugal.


O site da Fundação José Saramago deu lugar a uma única página, com a mensagem:


"Hoje, sexta-feira, 18 de Junho, José Saramago faleceu às 12.30 horas na sua residência de Lanzarote, aos 87 anos de idade, em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença. O escritor morreu estando acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila."


O Nobel de Literatura 1998 sofreu uma grave pneumonia no final de 2007 e início de 2008, depois da qual ainda escreveu dois romances, "A viagem do Elefante" e "Caim". Estava agora a escrever um romance sobre tráfico de armas que fica agora inacabado.


Saramago vivia desde 1993 na ilha de Lanzarote, no arquipélago espanhol das Canárias, com a sua esposa e tradutora, a espanhola Pilar del Río.


O escritor faleceu depois de passar uma noite tranquila, segundo a imprensa espanhola, que cita fontes familiares.


Segundo o site do El Mundo, o escritor padecia de "uma leucemia crónica". O jornal, que indica como fonte a família do escritor, diz que José Saramago "tinha passado uma noite tranquila. Depois de tomar o pequeno-almoço, normalmente, e de ter conversado com a mulher, começou a sentir-se mal e pouco depois faleceu".


Nos últimos anos, foi hospitalizado em várias ocasiões, principalmente devido a problemas respiratórios.


Biografia


José Saramago nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho de Golegã, no dia 16 de Novembro de 1922, embora o registo oficial mencione o dia 18.


Os seus pais emigraram para Lisboa quando ele ainda não tinha três anos de idade. Toda a sua vida tem decorrido na capital, embora até ao princípio da idade madura tivessem sido numerosas e às vezes prolongadas as suas estadas na aldeia natal.


Fez estudos secundários (liceal e técnico) que não pôde continuar por dificuldades económicas. No seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico, tendo depois exercido diversas outras profissões, a saber: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista.


Publicou o seu primeiro livro, um romance ("Terra do Pecado"), em 1947, tendo estado depois sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista "Seara Nova".


Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do Jornal "Diário de Lisboa" onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do "Diário de Notícias". Desde 1976 vivia exclusivamente do seu trabalho literário.