Catálogo da BE

terça-feira, 23 de abril de 2013

No DIA MUNDIAL DO LIVRO

Biblioteca verde
(Carlos Drummond de Andrade)

Papai, me compra a Biblioteca Internacional de Obras Célebres.
São só 24 volumes encadernados
Em percalina verde.
Meu filho, é livro demais para uma criança.
Compra assim mesmo, pai, eu cresço logo.
Quando crescer eu compro. Agora, não.
Papai, me compra agora. É em percalina verde,
Só 24 volumes. Compra, compra, compra.
Fica quieto, menino, eu vou comprar.

Rio de Janeiro? Aqui é o coronel.
Me mande urgente sua Biblioteca
Bem acondicionada, não quero defeito.
Se vier com arranhão recuso, já sabe:
quero devolução de meu dinheiro.
Está bem, Coronel, ordens são ordens.
Segue a Biblioteca pelo trem-de-ferro,
Fino caixote de alumínio e pinho.
Termina o ramal, o burro de carga
Vai levando tamanho universo.

Chega cheirando a papel novo, mata
de pinheiros toda verde. Sou
o mais rico menino destas redondezas.
(Orgulho, não; inveja de mim mesmo.)
Ninguém mais aqui possui a coleção
das Obras Célebres. Tenho de ler tudo.
Antes de ler, que bom passar a mão
no som da percalina, esse cristal
de fluida transparência: verde, verde.
Amanhã começo a ler. Agora não.

Agora quero ver figuras. Todas.
Templo de Tebas. Osíris, Medusa,
Apolo nu, Vênus nua... Nossa
Senhora, tem disso nos livros?
Depressa, as letras. Careço ler tudo.
A mãe se queixa: Não dorme este menino.
O irmão reclama: Apaga a luz, cretino!
Espermacete cai na cama, queima
a perna, o sono. Olha que eu tomo e rasgo
essa Biblioteca antes que pegue fogo
na casa. Vai dormir, menino, antes que eu perca
a paciência e te dê uma sova. Dorme,
filhinho meu, tão doido, tão fraquinho.

Mas leio, leio. Em filosofias
tropeço e caio, cavalgo de novo
meu verde livro, em cavalarias
me perco, medievo; em contos, poemas
me vejo viver. Como te devoro,
verde pastagem. Ou antes carruagem
de fugir de mim e me trazer de volta
à casa a qualquer hora num fechar 
de páginas?

Tudo que sei é ela que me ensina.
O que saberei, o que não saberei
Nunca,
está na Biblioteca em verde murmúrio
de flauta-percalina eternamente.

domingo, 21 de abril de 2013

No passado dia 11 de março foi festejado, antecipadamente, o Dia do AMIGO, celebrado no dia 18 de março.
Os alunos do 5.ºF interagiram com as alunas estagiárias da ESE na leitura do conto "A máquina de fazer palavras". Após a leitura deste conto, onde os alunos demonstraram garnde interesse e participação, cada aluno retirou da Máquina de Fazer Palavras presente na sessão uma palavra referente à amizada: carinho, amor, solidariedade, beijo, felicidade, alegria... Com estas palavras os alunos terão de apresentar um texto no dia 29, onde descrevam a amizade. O melhor texto será afixado na Biblioteca da escola e neste Blogue.
Como pequena lembrança para oferecerem ao amigo no dia 18 de abril, cada aluno fez uma flor com um recado para o amigo, e plantou no vaso da escola, com o intuito de "plantar e colhar a amizade".
Agradecemos a todos pela partcipação e boa disposição.