Catálogo da BE

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Eu Escrevo! – Ler o Mar

O Concurso «Eu Escrevo! – Ler o Mar» é uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura, em parceria com a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) e com o apoio do Banco Popular, que se enquadra na 7.ª Edição da Semana da Leitura e tem como temática central LEITURA - MAR. 

domingo, 13 de janeiro de 2013

A leitura: uma prática dialógica na demanda da significação.


Para Moita Lopes, (1996:140), há dois tipos de conhecimento utilizados em relação à linguagem no processo de leitura e interpretação. O primeiro, o conhecimento esquemático, que compreende o conhecimento extralinguístico e o conhecimento prévio do leitor, são esquemas mentais que ajudam nas inferências do leitor, os quais são associados às ideias expressas no texto. O segundo, o conhecimento sistémico, que se refere à competência linguística, a qual engloba o nível lexical, sintático e semântico desenvolvidos pelo aluno-leitor.
As teorias de esquemas não consideram a leitura como um ato comunicativo. Por isso, sugere-se que esse modelo seja complementado, de tal forma que haja uma efetiva interação comunicativa entre o leitor e o escritor, pois este deixa as suas marcas linguísticas, transparecendo o seu modo de ver e perceber os factos. O leitor, por sua vez, aciona os seus conhecimentos e faz inferências sobre o que foi escrito, construindo, desse modo, o sentido do texto. Assim, para uma leitura efetiva, necessita-se de diversos componentes pré-existentes ao momento da leitura.
Considerando a leitura como um acto comunicativo, mesmo implicitamente, tanto autores quanto leitores estão posicionados social, política, cultural e historicamente, projetando os seus valores e crenças na construção do significado do texto. Assim, produzir ou ler é estar envolvido numa prática social. Por isso, é oportuno o desenvolvimento de uma leitura crítica do texto, tendo em vista que a linguagem reflete as relações de poder expressa pela classe dominante, que são, muitas vezes, armadilhas que podem ser percebidas.
Por isso, a necessidade de uma compreensão mais profunda, o que exige uma procura do que está implícito ou nas entrelinhas, em outra palavras, uma leitura crítica em relação ao conteúdo ideológico. A postura ideológica do autor pode ser evidenciada através das escolhas lexicais, por meio de construções e estratégias linguísticas. Esses recursos empregados por meio da linguagem são verdadeiras armadilhas para a maioria dos leitores menos familiarizados com a força ideológica expressa pela linguagem. Daí a importância de o professor promover não só atividades linguísticas e metalinguísticas, mas também atividades epilinguísticas que façam o aluno refletir sobre as diversas funções e formas de uso da linguagem, que vão além da mera informação, descrição ou relato. Ao contrário, pressupõe convencer ou persuadir.

                                                                                                                        Pires de Lima