No dia 22 de Março, da parte da manhã, realizou-se na nossa BE/CRE a Sessão Especial de Leitura/Leitura para Todos. Tratou-se de uma iniciativa do Núcleo de Educação Especial em articulação com a BE/CRE e teve a colaboração da Dr.ª Paula (Biblioteca Municipal) e de dois alunos da Escola Secundária de Monserrate, um aluno cego e uma aluna com baixa visão. O que esta sessão procurou demonstrar é que é perfeitamente possível integrar estes alunos em contexto de sala de aula, apesar de a presença de alterações nas estruturas ou funções da visão colocar limitações à realização de actividades que envolvem este sentido. Todavia, o funcionamento visual não depende apenas das condições do respectivo sistema, decorrendo também de um processo interactivo com factores contextuais, passíveis de serem manipulados com vista a minimizar barreiras à actividade e à participação.Os processos cognitivos envolvidos na leitura a tinta e na leitura do braille são essencialmente os mesmos. As imagens conduzidas através das regiões específicas do cérebro são armazenadas e processadas para o seu sentido linguístico, sendo as mesmas para todo o tipo de leituras, sejam estas visuais ou tácteis. Artigos recentes, em jornais científicos, bem como na imprensa popular, referem que o cortex visual no cérebro, de indivíduos cegos ou normovisuais, é o lugar onde a imagem é armazenada. Portanto, a única diferença entre a leitura a negro e a leitura a braille está na modalidade de percepção necessária, para estabelecer um treino de transmissão de imagem através do cortex visual - quer dizer, os caminhos da visão para o cérebro por um lado e os caminhos do tacto por outro.


