Catálogo da BE

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Tertúlia na Semana do Imigrante.






Participação e Cidadania...



A Popósito dos imigrantes entre nós.

Tertúlia na Semana do Imigrante

Sexta-feira, 21 de Maio, às 18h30

Na Biblioteca Municipal

Orientador: Arnaldo Ribeiro

Coordenador do Gabinete de Relações Internacionais e Cooperação da Câmara Municipal de Viana do Castelo

OBJECTIVOS

Esta Tertúlia “PARTICIPAÇÃO E CIDADANIA” quer ser um momento de diálogo e reflexão sobre estes dois temas com os imigrantes residentes em Viana do Castelo e os agentes que mais intervêm junto destas comunidades.

O orientador fará uma introdução aos temas da Participação e da Cidadania, enquanto estatutos de uma democracia mais avançada. Em seguida, os participantes serão solicitados a partilhar as suas reflexões sobre estes dois temas, à luz dos seus saberes experiências e expectativas.

Deste encontro poderão surgir iniciativas que os próprios participantes quererão organizar, numa perspectiva colectiva, em prol da sua melhor integração.

A ENTRADA É LIVRE e agradecemos a divulgação junto dos imigrantes e das organizações mais vocacionadas aos apoios às comunidades estrangeiras.

Passeio das Mordomas da Romaria

4904-877 Viana do Castelo

Tlf.: 258 809 377

e-mail: cidadesaudavel@cm-viana-castelo.pt

voluntariado@cm-viana-castelo.pt

paulaverde@cm-viana-castelo.pt

apoio.csaudavel@cm-viana-castelo.pt



quarta-feira, 19 de maio de 2010

Margarida Fonseca Santos.




Amanhã, dia 20, teremos entre nós a escritora Margarida Fonseca Santos, autora de inúmeras obras para o público juvenil e mais adulto. Na nossa escola, os alunos estudaram o livro O Peixe Azul (5.º ano) e O Livro Misterioso (6.º ano). Esta actividade, À conversa com a escritora Margarida Fonseca Santos, tem como público-alvo as turmas de 5.º e 6.º anos e decorrerá na BE/CRE. É uma actividade realizada em articulação com o grupo de Língua Portuguesa do 2.º ciclo e com a BE/CRE.

Arménio Vieira saúda poetas portugueses ao receber Prémio Camões



Arménio Vieira recebeu, esta quarta-feira, numa cerimónia realizada no Museu dos Coches, em Lisboa, o Prémio Camões e, no discurso de agradecimento, saudou todos os poetas de língua portuguesa.


«Pela primeira vez, desde a sua criação, o Prémio Camões é entregue a um escritor cabo-verdiano», destacou o Presidente da República, Cavaco Silva.


O presidente brasileiro, Lula da Silva, que também esteve na cerimónia, elogiou o «poeta, escritor e jornalista», considerando-o «tão versátil quanto a palavra que é o seu instrumento de trabalho».Num discurso breve, em que deu graças a Luís Camões e a Fernando Pessoa e em que saudou todos os poetas da língua portuguesa, Arménio Vieira contou que sempre encarou a escrita como «o mais libérrimo



segunda-feira, 17 de maio de 2010

Colóquio: "OS MUSEUS E A REPÚBLICA"


Auditório do Museu Nacional de Arte Antiga


19 a 20 de Maio de 2010


Organização: Instituto dos Museus e da Conservação


Centro de Estudos de História e Filosofia da Ciência da Universidade de Évora

Apoio Institucional: Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República

A proclamação da República em 5 de Outubro de 1910, constituiu um momento importante da história de Portugal que marcou profundamente a sociedade, e as instituições do país.

Depois deste acontecimento, foi reforçada a vontade política e legal de dar corpo e coerência a uma rede de museus nacionais e regionais, de acordo com uma visão pedagógica, patrimonial e artística que se pretendia essencialmente divulgadora e descentralizadora.

Entre 1912 e 1924 criaram-se vários museus regionais, ainda que muitos derivados de iniciativas já conhecidas em período anterior. Criaram-se dois museus nacionais, o de Arte Antiga e o de Arte Contemporânea, assim como museus de tipologia inovadora, como a Casa-Museu de Camilo Castelo Branco, e a Casa dos Patudos. O Museu dos Coches, criado em 1905, oi elevado em 1911 à categoria de museu nacional.

A república estabeleceu assim uma coerente e promissora rede de museus nacionais e regionais assim como produziu um importante corpus legal de onde deve ser destacado o Decreto n.º 1 do Governo Provisório, datado de 26 de Maio de 1911 visando a reorganização do ensino de Belas Artes, dos serviços de Museus e da protecção do Património artístico e arqueológico.

Considerando a pertinência de se proceder à avaliação do labor cultural, patrimonial e museológico deste período histórico, pretende-se transmitir a este Colóquio um carácter científico e internacional, apostando no convite a investigadores de créditos firmados, incluindo algumas personalidades europeias com obra reconhecida, de modo a que se possa estabelecer um panorama coevo da museologia europeia da primeira República Portuguesa.


Programa

19 de Maio de 2010

9h30 Acolhimento

10h00 Sessão de Abertura

Professor Doutor João Brigola - Director do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC)

10h30 - 13h00 Moderadora: Graça Filipe

10h30

Raquel Henriques da Silva - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

“O Museu Nacional de Arte Contemporânea”

11h00

Jorge Custódio – Instituto para a Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, (IGESPAR), Museu Nacional Ferroviário

“Os museus portugueses da 1ª República à luz da Lei da Separação do Estado e das Igrejas”

11h30 Pausa

11h45

Henrique Coutinho Gouveia - Centro de Estudos de História e Filosofia Ciência, Universidade de Évora e Luís Pequito Antunes – Câmara Municipal da Moita

“Angola e Moçambique no contexto museológico da 1ª República”

12h15 Debate

13h00 Encerramento da sessão

15h00 - 17h30 Moderador: João Brigola

15h00

Helen Rees Leahy - University of Manchester, School of Arts Histories and Cultures

“Issues of heritage and museum acquisition in the UK during the first decades of the 20th century”

15h30

Maria Bolaños – Museo Nacional Colegio de San Gregorio, Valladolid, Spain

"La república de los museos (1931-1936)"

16h00 Pausa

16h15

Carlos Fiolhais - Universidade de Coimbra

“O património científico e as colecções universitárias: Coimbra, Lisboa e Porto desde a implantação da República até aos dias de hoje”

16h45 Debate

17h30 Encerramento da sessão

20 de Maio de 2010

10h00 - 13h00 Moderador: António Filipe Pimentel

10h00

Joana Baião – Doutoranda da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT)

“Um museu na 1ª República. O Dr. José de Figueiredo e o Museu Nacional de Arte Antiga”

10h30

Ana Cristina Martins - IICT - Instituto de Investigação Científica Tropical

“Arqueologia e Museus no ideal e na prática republicanas”

11h00 Pausa

11h15

Sandra Leandro – Universidade de Èvora

“Joaquim de Vasconcelos (1849-1936) e o Museu Industrial e Comercial do Porto”

11h45

Duarte Freitas - Doutorando da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

“António Augusto Gonçalves e a fundação do Museu Machado de Castro”

12h15 Debate

13h00 Encerramento da sessão

14h30 - 17h30 Moderador: Raquel Henriques da Silva

14h30

José Brandão – Centro de Estudos de História e Filosofia da Ciência, Universidade de Évora

“Horizontes do saber em História Natura na transição de regimes”

15h00

Joaquim Caetano – Museu de Évora

“A Génese do Museu de Évora na convulsão da 1ª República”

15h30 Pausa

15h45

José Manuel de Oliveira – Casa de Camilo - Museu . Centro de Estudos

“A República e Camilo”

16h15 Debate

17h15

Alissandra Cummins

Mensagem da Presidente do Conselho Internacional dos Museus (ICOM)

17h30 Encerramento do Colóquio

Gang da Esclerose Múltipla





Press Release



Dia 26 de Maio “Move-te pela Esclerose Múltipla”



GANG DA ESCLEROSE MÚLTIPLA PROMOVE ACTIVIDADES PARA COMEMORAR 2ª EDIÇÃO DO DIA MUNDIAL DA ESCLEROSE MÚLTIPLA



Marchar e pedalar por esta doença degenerativa do sistema nervoso central que afecta cerca de 6 mil portugueses é o objectivo da iniciativa



Lisboa, Maio de 2010 - É já no próximo dia 26 de Maio, que se vai comemorar pela segunda vez em todo o mundo o Dia Mundial da Esclerose Múltipla (EM).



Para assinalar esta efeméride, o Gang da Esclerose Múltipla, grupo informal de auto-ajuda de portadores da doença, vai levar até 9 cidades portuguesas o “Move-te pela Esclerose Múltipla”, nomeadamente Lisboa, Porto, Coimbra, Viana do Castelo, Aveiro, Leiria, Sintra, Pinhal Novo e Sines. Esta iniciativa pretende reunir por todo o país o maior número de pessoas, em dois percursos de passeio, uma caminhada e outro de bicicleta, para dar voz à compreensão desta doença do sistema nervoso central que afecta maioritariamente adultos jovens num total de 6 mil portugueses.



O objectivo do Gang da EM é que toda a gente, portadora ou não da doença, participe no “Move-te pela Esclerose Múltipla”. O importante desta iniciativa é alertar a sociedade civil para a existência da patologia e, sobretudo, mostrar que os doentes de EM podem ter uma vida normal durante muitos e bons anos, desde que tenham o tratamento e acompanhamento médico adequados.



A partida dos dois trajectos, a pé e de bicicleta, será às 19h00 em simultâneo nas 9 cidades, e a recepção dos participantes será feita uma hora antes, ou seja às 18h00. O percurso de caminhada contará com cerca de 3 km e o de bicicleta com cerca de 7/8 km. Os participantes sairão todos do mesmo sítio e regressam também ao mesmo local, cerca de 30 minutos depois.



A recepção aos participantes será feita nos seguintes locais:


Lisboa - Parque das Nações (Rossio dos Olivais)


Porto - Castelo do Queijo


Coimbra – Parque Verde (Doca)


Aveiro – Cais da Fonte Nova (Frente ao Centro de Congressos de Aveiro)


Viana do Castelo – Largo da Estação


Leiria – Largo do Jardim Luís de Camões


Pinhal Novo - Largo José Maria dos Santos (Coreto)


Sintra - Largo do Palácio da Vila


Sines – Avenida Vasco da Gama (Junto ao Pombal)



O Gang da EM é um grupo informal de pessoas com EM que falam sobre as suas experiências de vida com a doença, utilizando a internet como o seu meio privilegiado de comunicação. Actualmente, o grupo é constituído por mais de 450 membros do qual fazem parte muitos familiares de doentes, médicos, enfermeiros e pessoas interessadas nesta patologia, que afecta cerca de 6 mil pessoas em Portugal.



A Esclerose Múltipla é uma doença inflamatória crónica, desmielinizante e degenerativa, do sistema nervoso central que interfere com a capacidade do mesmo em controlar funções como a visão, a locomoção, e o equilíbrio, entre outras. Esta doença não tem cura, mas pode ser controlada com medicação. Visão dupla, falta de força e sensibilidade nos membros e alterações na memória são alguns dos principais sintomas da doença. É uma doença que afecta mais de um milhão de pessoas em todo o mundo. Estima-se que o número de doentes em Portugal seja da ordem dos 6 mil.

domingo, 16 de maio de 2010

7 X 25 Histórias de Liberdade

Explorando a metáfora da mudança no seio familiar com o nascimento de um bebé, este volume agrupa sete pequenas narrativas que, de forma original, dão voz a objectos inanimados, íntima e simbolicamente ligados à Revolução de Abril, ou ao tempo que a antecede. Percepcionados a partir de pontos de vista originais, alguns relativamente exíguos mas todos profundamente simbólicos, os acontecimentos da Revolução de Abril são recriados de forma acessível, com recurso a elementos reconhecíveis do quotidiano e, desta forma, tornados próximos do universo infantil.

Ana Margarida Ramos

O Colar, de Sophia de Mello Breyner Andresen



Um dia, há já mais de três anos, quando, em homenagem à Sophia, preparávamos o espectáculo AUSTEROS SINAIS, disse-nos ela que estava a escrever uma peça de teatro: O Colar. deu-nos então a ler o primeiro acto. Perguntava se gostávamos. Pedimos-lhe que acabasse porque a queríamos representar. Foi aí que surgiu a ideia deste espectáculo. Daí para a frente todos os anos programámos O Colar. Esperámos o tempo que a Sophia quis para acabar a peça. Houve várias versões do segundo acto. Finalmente chegou esta peça em três estranhos e diferentes actos. Que com grande alegria levamos à cena. E com o temor de quem lhe parece ter entre mãos uma coisa muito frágil e muito preciosa. Muito desejada e muito amada.


Não sei se O Colar é mesmo uma peça de teatro. Tanta é a leveza, tão transparentes e fugidias as personagens, tão frágil a estrutura dramática, tão previsível o esboço de intriga, que nada do pesado aparato do teatro parece que chega a estar ali. Mas está a poesia de Sophia, os seus temas, a sua limpidez, o seu saber. A poesia aqui está a brincar, resolveu mascarar-se. E fingiu que era teatro. Talvez sem razão. Por simples prazer. Por pura alegria. Alegria de viver. E o teatro voltou, como antigamente, a ser poesia. Deixou por um instante de ser prosa, de pôr tudo por extenso, como tanto do teatro que herdámos e continuamos a fazer. Aqui tudo existe ao ser apenas aflorado. Em O Colar a poesia convoca farrapos de teatro, ligeiras evocações da comédia e da ópera, põe no centro do palco uma jovem mulher ou uma boneca com nome italiano de alguma heroína de ficção, Vanina, que apostaríamos ser dupla, ou espelho, ou máscara da própria Sophia neste jogo, nesta breve fantasia, e fá-la conviver com personagens que tanto saem das memórias de infância, como da commedia dell’arte, como dos teatros de marionetas, como de todas as convenções, e fala da vida. Da vida toda, ao de leve, como se de nada se tratasse, com aquela elegância que só sabe ter a muita arte ou uma sabedoria já de muita vida feita.


Parece, n’ O Colar, que estamos de facto num quarto de brinquedos ou numa casa de bonecas. E sentimos a liberdade e a alegria que só as crianças conseguem a brincar. Num prólogo à antiga, a personagem de um mestre de cerimónias-apresentador, diz um poema já incluído em O Búzio de Cós que nos situa numa Veneza senhora do mar, lugar de toda a beleza, de toda a luz, de todos os amores e todas as artes, e de todos os comércios, e do dinheiro e também da tirania. Esta Veneza é o complexo mundo inteiro, mas em festa. Com lua à meia-noite e sol ao meio dia. E é este palco. Desarrumado como a vida, ao sabor do que acontece. Passamos para um quarto de Vanina que é uma janela, um espelho, uma cama para chorar e uma mesa para escrever. Saltamos para um palácio, um terraço, uma mesa de jantar, e um parque e uma floresta. Reconhecemos a brincar os lugares da poesia de Sophia. Porque Vanina vai passando por aí num pequeno percurso de boneca, ou bailarina, que esconde uma enorme aprendizagem. Até a Grécia é nomeada e como em vários poemas de Sophia, chega o poeta e o poeta é Byron. Sem quase se dar por isso, o que se joga neste pequeno teatro são os mesmos grandes temas de toda a sua poesia. Um pouco no tom de alguns dos contos.


O Colar abre sobre a alegria de viver. Tudo é esperança, a luz, as coisas, as pessoas. Vanina está apaixonada. Porque assim começa a vida. E do dia pleno se passa para a noite. “A vida é difícil, Vanina”, é o que lhe repetem em tons diferentes as pessoas que encontra. Vanina, ao longo da pequena peça, como quem diz ao longo da vida, vai aprender que é verdade. Chora. Aprende que a vida não é um conto de fadas, aprende a dificuldade, o que é a liberdade limitada, aprende o que é viver com os outros. Conhece a decepção. Percebe que nem sempre a arte, a verdade e a justiça se encontram. Mas lava-se na natureza, na fonte dos pastores. E decide, inventa-se. E aprende a amar. Virá um dia a conhecer também a melancolia e a perceber o que já sabem dois sábios que encontra, o poeta Byron e uma senhora Condessa, talvez uma Vanina já velha, ambos com um saber de muitas experiências feito: que a vida passa e a juventude é um instante que tem de durar toda a vida. E a gostar de coisas tão grandes ou tão pequenas mas tão civilizadas ao longo de muito tempo, como um copo de champanhe com pêssego numa noite quente em Itália, no Verão.


O Colar é uma peça, ou um poema, tanto faz, sobre a perda da inocência, sim, mas contra o cinismo. E por isso, quase sem nos darmos conta, com a extrema delicadeza ou o pudor que só os grandes sabem ter, uma peça para o nosso tempo. A favor da esperança. Nenhum ser humano é mau nesta pequena história. Todos são diferentes, todos são como são e tão humanos como toda a humanidade. Mas Vanina sente a ferida de uma vida mais pequena que aquela que os homens mereciam. Perante a decepção, a desilusão, ela não põe “sobre o seu deslumbramento o selo do esquecimento e da indiferença”. Aprende a solidão como lugar de dignidade e aprende a mais amar a vida nas suas contradições.


É difícil dar corpo a uma peça assim. A cada instante se corre o perigo de com um elemento de cenário a mais, um fato menos certo, uma luz mais grosseira, um movimento acessório, uma inflexão ao lado, se estragar a suprema elegância de tanto saber representar com um leve traço, com tão poucas palavras, sem nenhuma violência que não seja a da extrema clareza a que nos desabituámos num mundo já cego e surdo de tanta imagem e tanta letra, de tanto discurso especulativo. Este teatro tem outro ritmo. Teatro assim ninguém faz. É verdade, neste momento, infelizmente, não passaria pela cabeça de mais ninguém. Aqui trata-se de voltar a uma pureza original que é o reencontro com a alegria. Bem o desejamos e neste espectáculo o tentámos. Mas isso, para além da Sophia, quem sabe fazer?


Este espectáculo exigiu de nós, como poucos, uma efectiva responsabilidade. A mesma com que Sophia glosou, recriando mais que traduzindo, o poema de Byron de que muito gostava e que escolheu para fechar a peça. A mesma liberdade com que traduziu o Hamlet e Muito Barulho por Nada que representámos. O Colar é um texto que nos desafia. É um texto de quem gosta muito de teatro, que muitas vezes, o sonhou. Mas não é o texto de um dramaturgo. É o texto de um poeta que não sabe, nem quer, prever a sua encenação. Esse trabalho deixa-o a nós, à liberdade de quem muito o ame e por esse amor se responsabilize. O que constrói este texto não é nenhuma carpintaria, é o prazer das palavras. Às vezes muitas, às vezes poucas, conforme as cenas. Com um ritmo que imagina cenários, vestidos, corpos, o movimento e a voz, mas que os deixa disponíveis também à imaginação, à decisão, à criação dos outros. À sua liberdade. E deles esperando tudo. Ainda bem. Mas este espectáculo não esgota a peça de Sophia. Temo que a limite. Nas palavras de Sophia cabe o mundo, todas as coisas e toda a vida. Neste espectáculo cabe apenas o enorme entusiasmo com que desde sempre as lemos. E com que delas nos apropriamos para melhor viver. Temo que a profunda melancolia que o atravessa e que no delicado amor da peça descobrimos, seja nosso. De Sophia recebemos a alegria. Mesmo se com ela, num dos seus poemas mais recentes, por certo também perguntamos “como viver de novo a alegria una / de ter sido nova que falhei”.



“Queremos ir com o vento com o perigo


Queremos a injustiça do castigo


Somos nós que a nós mesmos nos matamos”



Teatro da Cornucópia


O encenador,


Luis Miguel Cintra

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