Catálogo da BE

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

PNL deu mais de um milhão às escolas

Fonte: Público

Em quatro anos há mais 20 por cento de jovens para quem a leitura é importante. Por Clara Viana

Avaliação do Plano Nacional de Leitura é hoje apresentada. Escolas falam de "uma melhoria significativa" das competências dos alunos

Há mais jovens a considerar que a leitura é importante para a sua vida pessoal. Em 2007, entre os que tinham 15 a 24 anos, 30,6% consideraram-na "muito importante". Em Março passado, neste grupo etário, já eram 52,4% os que afirmaram o mesmo. Este aumento da ordem dos 20 % regista-se entre o primeiro e o quinto ano de vigência do Plano Nacional de Leitura (PNL), frisa-se no relatório de avaliação externa daquele programa, que será hoje apresentado em Lisboa.
Os resultados do último Barómetro de Opinião Pública PNL, com um inquérito desenvolvido em Março passado junto de uma amostra de 1257 indivíduos, mostram que é no grupo dos 15 aos 24 anos que se registou um maior aumento entre aqueles que consideram a leitura "muito importante" para a sua vida pessoal. A avaliação externa do plano é feita por uma equipa do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, coordenada por António Firmino da Costa. O primeiro estudo de avaliação foi divulgado em 2008.
O incremento das actividades do PNL no 3.º ciclo, desenvolvido a partir de 2008, é apontado neste estudo, a que o PÚBLICO teve acesso, como um dos "factores que terão contribuído para a melhoria das competências de literacia dos alunos portugueses" revelada nos últimos testes do PISA, realizados em 2009. O PISA é um programa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico que visa medir as competências de literacia dos alunos de 15 anos.
O PNL foi lançado, pelos ministérios da Educação e da Cultura, no ano lectivo de 2006/07 e completa agora a sua primeira fase. O actual secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, considera que o plano deve ser revisto. A sua acção prioritária é a promoção da leitura entre o público escolar, o que tem sido feito sobretudo através da leitura orientada em sala de aula. No relatório indica-se que esta actividade tem uma adesão de 99% nos agrupamentos e escolas do 1.º e 2.º ciclo. No 3.º ciclo passou de 80% para mais de 90% entre 2008 e 2010.
As respostas dos professores ao último inquérito online do PNL que, em 2010, foi apresentado a 809 agrupamentos e escolas não agrupadas, dão conta, contudo, que é também neste ciclo que se regista a menor percentagem dos que consideram que se registou uma melhoria significativa das competências de leitura e de literacia dos seus alunos. E, por comparação a 2007, foram menos os que em 2010 deram conta desta melhoria - passaram de 75,7% para 72,2%. Os efeitos mais positivos, neste domínio, registam-se no 1.º ciclo.
Quase 60% dos professores consideram que o PNL teve impacto na dinamização de novas actividades lectivas e que levou a uma alteração e inovação nas práticas pedagógicas. Apesar disso, a dimensão do "interesse/gosto pela leitura de livros" é a menos significativa das mudanças que os professores atribuem aos seus alunos. Mas 98,7% afirmam que estes lêem agora mais. A lista de obras recomendadas pelo PNL passou de 650 para 3600 títulos nestes cinco anos.

Recursos

No ano lectivo passado, as escolas receberam mais de um milhão de euros de verbas do Plano Nacional de Leitura. Foram apoiados 794 agrupamentos e 267 escolas não agrupadas. Ontem, no primeiro dia da quinta conferência internacional do PNL, o actual comissário do programa, Fernando Pinto do Amaral, frisou que este entra agora num novo ciclo e preconizou "uma gestão mais cuidadosa dos recursos disponíveis para dar continuidade aos programas que têm dado melhores frutos e reformular outros eventualmente menos eficazes". O responsável defendeu também a necessidade de "procurar novas formas de financiamento", juntando mais empresas como parceiros. Entre as empresas que são já parceiras do PNL figuram o grupo Sonae (proprietário do PÚBLICO), os CTT e a PT. C.V.

Sem comentários:

Enviar um comentário